quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A PIANCÓ A DÚVIDA CRUEL SOBRE A UTI DO SAMU, A FLÁVIA GALDINO A DÚVIDA CRUEL SOBRE A APROVAÇÃO POPULAR DE SEU GOVERNO

Diante do resultado, em 16 de dezembro de 2009, da Consulta Popular, realizada pela prefeita Flávia Galdino, sobre quem deveria deter o comando do Hospital Regional Wenceslau Lopes, a população de Piancó continuou em dúvida sobre a conclusão da construção da UTI do SAMU, naquele hospital, e a prefeita Flávia Galdino ficou em dúvida sobre a aprovação popular de sua administração.

Tais dúvidas, sem dúvida, vão exigir do governador José Maranhão e da prefeita Flávia Galdino, neste ano eleitoral de 2010, explicações convincentes sobre a polêmica questão do Hospital Wenceslau Lopes e da UTI do SAMU.

Inegavelmente, saúde tem sido em Piancó o carro-chefe do governo da prefeita Flávia Galdino. E é compreensível que assim seja. Ela é médica. Entende de saúde. Além disso, seria tolice acreditar que saúde não tenha sido também o carro-chefe da ascensão política de Flávia.

Do Consórcio Intermunicipal de Saúde ao SAMU, Flávia tem passado por uma série de experiências na área de saúde, que lhe deram desenvoltura e desempenho a tal ponto de ela mesma chegar, às vezes, a vangloriar-se de sua habilidade nesse campo.

Em saúde, Flávia sente-se como o peixe na água: move-se facilmente em qualquer direção... E a direção em que Flávia mais tem procurado mover-se em saúde tem sido a direção política... O certo é que por intermédio da saúde Flávia sempre tem procurado incutir sua influência política em Piancó e no Vale.

Até que não seria exagero dizer que, entre os políticos de Piancó e do Vale, Flávia despontou como a política da saúde... Por sinal, foi ela mesma que habilmente incutiu tal conceituação em grande parte da coletividade piancoense e regional, e muitos são os que asseguraram que a maioria eleitoral da reeleição de Flávia se deveu à preponderância de suas ações na saúde...

Ao conseguir o SAMU para Piancó e a região, Flávia adquiriu notoriedade pela Paraíba afora e, particularmente, no Vale do Piancó, a ponto de, no seu primeiro governo, ter-se destacado como um dos vultos públicos de maiores possibilidades de projeção política nessa região.

Bafejada pela distinção, Flávia como que se inebriou no destaque alcançado com essa sua ousada iniciativa, e convenceu-se de que o fio condutor de sua atuação política e administrativa deveria fundamentar-se na saúde. Evidentemente que, ao pensar assim, tinha Flávia razão. Como médica e como política, sorria-lhe, sem dúvida, na saúde um fator favorável à sua carreira pública.

E Flávia bem que tratou de, por todos os meios, fazer com que suas ações na saúde sensibilizassem o mais intensamente possível a população piancoense e regional. É que Flávia obviamente não ignora quanto essa sensibilização lhe pode render dividendos eleitorais.

Quanto a tal sensibilização, convém notar isto que um simpatizante de Flávia escreveu:

“Varias são as conquistas na Saúde no município de Piancó, a exemplo do SAMU, dos CAPS, dos PSFs, e recentemente a reabertura do Hospital Dia. O CAPS I (infantil) de Piancó, que tem três anos de funcionamento, atende hoje cerca de 400 (quatrocentas) crianças, com equipe multifuncional de profissionais, dando suporte aos atendimentos e levando maior qualidade de vida aos atendidos pelo programa. O CAPS AD (álcool e drogas) vem transformando vidas no município, dando dignidade e reconstruindo famílias, este programa, tem sido exemplo de como se deve proceder com pacientes com esses distúrbios, chegando até a ser laboratório para profissionais de outros municípios que estavam implantando o CAPS AD. O CAPS TM (transtornos mentais) é considerado uma das grandes vitórias da Prefeita Flávia, pois com ele muitos homens e mulheres puderam voltar a conviver dignamente com seus entes queridos, voltaram a ter cidadania, saíram da margem da sociedade para participar de forma igualitária do dia a dia. Os avanços alcançados nesses serviços é notório, as oficinas terapêuticas fizeram aflorar vários artistas escondidos, tanto nas artes plásticas como instrumentistas, cantores e ótimos dançarinos.”

A questão da UTI do SAMU, pretendida por Flávia no Hospital Wenceslau Lopes, constituiu um embate ferrenho entre ela e o governador Cássio Cunha Lima.

Naquela contenda, refletiu-se visivelmente o interesse político de ambas as partes, e, a bem da verdade, a questão da construção da UTI no Hospital Wenceslau Lopes, enquanto durou o dissídio entre Flávia e Cássio, nunca foi satisfatoriamente esclarecida à população piancoense e regional.

Flávia e Cássio simplesmente se digladiavam na arena do poder e do interesse político, e, enquanto isso, o SAMU, ou melhor, a população, clamava pela UTI...

Cássio relutava em permitir a construção da UTI no hospital. O interesse político sobrepunha-se evidentemente ao interesse coletivo. E o senador José Maranhão, que tanto se empenhara em prol do SAMU para Piancó, assistia a tudo aquilo impotentemente. E muito mais impotentemente ainda assistia a tudo aquilo o povo. A construção da UTI dependeria tão somente de Cássio. Mas há quem diga que, em certo ângulo (pelo menos no do jogo da conveniência político-partidária), Cássio tinha suas razões: não haveria de deixar Flávia tirar proveito político da UTI...

Só quando, por fim, Flávia resolveu ir-se embora do senador José Maranhão para o governador Cássio Cunha Lima, é que se tornou possível a construção da UTI, no Hospital Wenceslau Lopes de Piancó, destinada ao SAMU.

Tornou-se possível a construção, mas não se tornou possível a conclusão. Cássio permitiu a construção, mas Maranhão impediu a conclusão, é o que se diz por aí afora em Piancó. Flávia assegurou que já dispunha de todo o equipamento da UTI, e dizem que, ainda assim, a construção dessa unidade foi impedida pelo governador José Maranhão.

O certo é que o enigma da UTI do SAMU de Piancó persiste. Uma névoa de mistério envolve o caso da UTI. Mistério que se revela num misterioso silêncio de ambos os blocos políticos, entre os quais o interesse coletivo se debate sem uma resposta, sem um indício de quando, afinal, surgirá a UTI. Até parece que ninguém sabe ao certo o que está acontecendo com a UTI, mas ao certo uma coisa o povo de Piancó sabe: pacientes do SAMU daqui são removidos para Campina Grande e João Pessoa... e o povo quer saber: até onde a UTI do SAMU evitaria a remoção desses pacientes?...

A questão da autorização da construção da UTI foi política... a questão da interrupção da construção da UTI foi política... diz o povo de Piancó, embora não fique bem evidente aqui se a voz do povo é a voz de Deus...

Alegando “quedas na arrecadação da receita municipal; não recebimento de recursos provenientes do Governo Federal; inexistência de perspectiva de reparação das perdas na arrecadação municipal por parte do Governo Federal; comprovada existência de vultosos recursos arrecadados pelo Governo Federal, inclusive, disponibilizando para outros países ou nações, a título de ajuda, por outro lado, deixando à margem, a atenção aos habitantes do Nordeste Brasileiro, de maneira que está provocando total inadimplência aos municípios nordestinos; indisponibilidade de recursos por parte desta prefeitura para proporcionar continuidade às ações e serviços postos à disposição da coletividade, não apenas deste município, como também dos outros desta e de outras regiões que deste estão sendo beneficiados”, a prefeita Flávia Galdino, por meio do Decreto nº 21, de 6 de outubro de 2009, suspendeu as seguintes atividades: Cozinha Comunitária; Centro de Inclusão Produtiva; Economia Solidária; CREAS – Centro de Referência de Média e Alta Complexidade; Centro de Convivência dos Idosos; Ala Psiquiátrica; Residências Terapêuticas; Ônibus Escolar, responsável pelo transporte escolar para a cidade de Patos.

Em 16 de dezembro de 2009, a Consulta Popular, realizada pela prefeita Flávia Galdino, sobre se ao Estado ou ao Município deveria caber a administração do Hospital Regional de Piancó, deu (segundo o blog de Damião Farias) o seguinte resultado:
votantes que compareceram: 3.493; votos favoráveis ao Município: 3.185; votos favoráveis ao Estado: 291; nulos: 7; brancos: 7; impugnados: 3.

A propósito disso, houve quem traçasse comentários como:
dos 11.163 eleitores de Piancó, só 28,53% acharam que a administração do hospital deveria ficar a cargo do Município; comentaristas políticos de Piancó e da Região admitiram que a Consulta Popular proposta por Flávia fora tão só para funcionar como indicador de sua popularidade, comparativamente à expressiva maioria por ela obtida em sua reeleição; se bem que o eleitorado de Piancó como um todo não tivesse demonstrado entusiasmo e empenho pela Consulta Popular, os seguidores de Flavia afirmaram ter sido significativo haverem 91,18% dos eleitores comparecentes votado a favor da administração do hospital pelo Município; a oposição, por sua vez, viu tal resultado como uma derrota política de Flávia, já que o Estado se havia mostrado indiferente à Consulta Popular, e, ao contrário de Flávia, não realizara campanha eleitoral ostensiva, com exibição de ambulâncias, instigação de funcionários e panfletagem, à cata de votos; os opositores de Flávia acharam que os percentuais da abstenção, dos votantes favoráveis ao Estado e dos votos nulos, brancos e impugnados, que perfizeram 7.978 eleitores, mostraram (pelo menos teoricamente) o índice de insatisfeitos com a gestão de Flávia.

Em 20 de outubro de 2006, mediante a Procuradoria Geral de Justiça da Paraíba, a direção do Hospital Wenceslau Lopes de Piancó encaminhou denúncia-crime ao Ministério Público Estadual, na qual
acusava a prefeita Flávia Galdino de invadir aquela casa de saúde e dela retirar, sem autorização da direção, os prontuários médicos de todos os pacientes internos. Referindo-se à atitude da prefeita Flávia Galdino, a então diretora do Hospital de Piancó, Ednamar Loureiro, ressaltou “a total falta de equilíbrio emocional da prefeita do Município, que no afã de mostrar força quase põe em risco a vida dos pacientes internos.”

Em abril de 2009, a Câmara Municipal de Piancó aprovou, unanimemente,
o Requerimento nº 22/2009, do vereador petista Antônio de Pádua Pereira Leite, que designava audiência pública para discutir, avaliar, sugerir e requerer providências sobre a questão da inoperosidade no atendimento ao público do Hospital Wenceslau Lopes e demais unidades de Saúde (Hospital Dia, Centro Hospitalar de Piancó, SAMU 192 e PSFs) situadas no Município e transporte de pacientes para outras localidades.

Segundo Pádua, a prefeita Flávia Galdino orientou que nenhuma autoridade local da saúde comparecesse à audiência pública, da qual fez parte o Ouvidor Geral do SUS, Dr. Adalberto Fulgêncio., Tal gesto da prefeita e das autoridades por ela orientadas foi tido pelos vereadores da oposição como uma ofensa ao Governo Federal, porquanto o Ouvidor Geral do SUS estava em missão de sua Ouvidoria. A população também, em sua maior parte, pensou (e continua a pensar) assim.

O exposto é bastante para justificar a dúvida cruel da população de Piancó sobre a UTI do SAMU e a dúvida cruel da prefeita Flávia sobre a aprovação popular de seu governo.

Sem dúvida, o governador José Maranhão (e o ex-prefeito Edvaldo Leite de Caldas) e Flávia Galdino (e o ex-governador Cássio Cunha Lima) vão querer tirar algumas dúvidas cruéis da população de Piancó, antes de outubro chegar...

3 comentários:

Anônimo disse...

acho que o melhor comentário seria ????????????????????? pela falta dessa obra tão essencial para a população do vale e !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! para as autoridades que ainda insistem em travar guerra usando a saúde como justificativa, ainda poderia dizer para eles @#$%$¨#, mas ficaria feio, ainda mais depois de um artigo tão bem escrito.

Anônimo disse...

Parabéns Chico Jó pelo seu blog, visitei-o pela primeira vez, confesso me apaixonei pela riqueza cultural nele postada nós que moramos no Vale do Piancó precisamos seguir seu exemplo e nos preocuparmos mais com as informações culturais da regial. Que o criador sempre te ilumine. Irei visitar mais vezes o blog. Sou educadora e tenho questionado muito a falta de compromisso dos gestores municipais da região no aspecto cultural, também em outros aspectos claro.

Anônimo disse...

oi sera q vc podi tirar minha duvida. bom eu quero trabalhar pro samu como condutro de emergencia e to com eu devida pra ser condutor de uma ambulancia eu presciso saber nomes de ruas nomes de bairros onde eles ficam ou vai ter um gsp ou um mapa ????? .... gostaria q vc me respondesse obrigado

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