domingo, 22 de novembro de 2009

MANIFESTANTES PRÓ-FLÁVIA GALDINO DÃO SINAL, NA CÂMARA, DA ESPETACULARIZAÇÃO QUE PODERÁ ESTAR POR VIR

A grotesca cena desenrola-se na Galeria da Câmara Municipal de Piancó, na manhã do dia sete deste mês de novembro de 2009, véspera do aniversário dos 261 anos de Piancó. Importa muito (especialmente aos que mourejam pelo bem de Piancó) repetir isso enfaticamente: VÉSPERA DO ANIVERSÁRIO DOS 261 ANOS DE PIANCÓ!...

A Galeria está repleta de ocupantes. A maior parte deles não é assídua àquele ambiente parlamentar. Alguns provavelmente ali estão pela primeira vez, e poucos são os que vieram interessados em compenetrar-se da lisura e empenho dos vereadores e vereadoras em prol do bem comum de Piancó.
Muitos, no entanto, agrupadamente, demonstram ter vindo àquele parlamento mirim tão só com um único e exclusivo intento: vaiar, ridicularizar, desconcertar o vereador Antônio de Pádua Pereira Leite (PT), eleito pela Coligação “Piancó cada vez melhor”, da prefeita Flávia Serra Galdino (PP), e, hoje, ironicamente, convertido no maior opositor político dela.

Ostensivo e irreverente, o grupo manifestante pró-Flávia Galdino destaca-se facilmente (dentre as demais pessoas presentes na Galeria da Câmara) pela exteriorização de sua extravagância psicológica, pela impulsiva revelação de sua anarquia interior, pelo ridículo evidenciamento de seu desequilíbrio comportamental, pela cínica demonstração de seu servilismo e bajulação...

A cada enunciação hesitante, reticente ou corretiva do vereador Pádua, irrompe do grupo, uníssonamente, ensurdecedoramente, a vaia histérica e ululante. E, cumulando o absurdo, silvos estridentes de apitos!...
Silvos estridentes de apitos na Galeria da Câmara Municipal de Piancó, num momento em que não vem ao caso tal espécie de manifestação: a mais reveladora e vergonhosa comprovação do descompasso a que chegou nosso Legislativo!... O apitaço do descomedimento, do despropósito, da ridicularização...

Lotada, nas primeiras sessões do início deste ano (muito mais ainda em virtude da expectativa de muitas pessoas em torno da ação parlamentar do vereador Pádua), a Galeria da Câmara acabou por praticamente esvaziar-se, à medida que se foi consolidando a mesmice dos pronunciamentos dos parlamentares daquela Casa.

E a tanto chegou a indiferença da população pelas sessões da Câmara, que o vereador Pádua e seus demais pares da bancada de oposição à prefeita Flávia se viram compelidos a instituir a Campanha Participa, Cidadão, consistente de sorteio de brindes entre os que permanecessem na Galeria até o fim das sessões ordinárias.

Ainda assim, contudo, o público da Galeria não voltou a atingir o número de presentes das primeiras sessões deste ano. A presença premiada não foi atrativo suficiente para fazer o povo voltar a frequentar massiçamente a Galeria da Câmara.

Mas, em sendo assim, por que então a Galeria da Câmara estava abarrotada de gente na manhã daquele dia sete? Algum projeto, por acaso, extremamente relevante para Piancó iria ser debatido pelo Plenário, e, portanto, conviria a participação da coletividade para inteirar-se da importância da matéria em discussão? Ou estariam todos os presentes visando unicamente a concorrer ao brinde da Campanha Participa, Cidadão?
E por que aquele grupo predestinado a chasquear o vereador Pádua? Que grupo especial seria aquele, e quem o teria enviado à Galeria da Câmara para externar anarquia e perturbação?

Dentre essas dúvidas, desponta uma certeza: o grupo era pró-Flávia Galdino. Outra certeza: Flávia tem-se deixado levar pela algazarra de grupos agitadores, que a seguem obsessivamente naquelas situações em que ela precisa demonstrar a preponderância de sua imagem e de seu poder.

Flávia já demonstrou isso plenamente na Câmara, quando, ao defender-se de algo que lá lhe fosse imputado, ou ao tentar influenciar a votação de matérias de seu interesse, trazia manifestantes seus, que transformavam a Galeria num verdadeiro pandemônio.

Na sessão daquele dia sete, uma proposição de autoria do vereador Antônio de Pádua chamava a atenção não só dos membros da Câmara, mas também da população: uma representação com pedido de afastamento do vereador Antônio Leite (PT) da Presidência da Câmara.

Obviamente, a deliberação daquela matéria dependeria tão só da convicção de cada um dos vereadores e vereadoras. E o bom senso mostrava que de nada adiantaria ao público da Galeria da Câmara tentar persuadir os parlamentares pró ou contra o afastamento do vereador Antônio Leite da direção da Mesa Diretora daquela Casa.

E qual, pois, a razão daquele grupo agitador pró-Flávia na Galeria da Câmara? Qual o motivo do frenético apitaço? A resposta foi dada (e muito bem dada) pelo próprio grupo: RIDICULARIZAR O VEREADOR ANTÔNIO DE PÁDUA. Por quê? Por ser ele o autor da aludida representação contra o presidente Antônio Leite.


Logo após aquela sessão (em que o presidente Antônio Leite não foi afastado), sobreveio um conflito de membros da Câmara entre si e com terceiros, conflito que enodoou ainda mais
a negativa imagem de nosso Legislativo, já tão desacreditado por nossa sociedade.

Vergonhosamente para todo o Piancó, tal conflito e o apitaço da Galeria só serviram para confirmar a insensatez dos que os praticaram. Só serviram para corroborar a insistência da bancada situacionista em persistir dissimulando seus deslizes político-parlamentares, sua irredutibilidade em obedecer cegamente à prefeita Flávia Galdino, sem levar em conta que os interesses do Município se sobrepõem aos interesses dos governantes e ao suborno político.

Os motivos que levaram o vereador Pádua a pleitear o afastamento do vereador Antônio Leite da Presidência da Câmara falam por si sós. Toda a população sabe: são pertinentes, procedentes, inquestionáveis, e, por conseguinte, a ardilosa tentativa de camuflá-los só contribui para pô-los ainda mais em evidência, e ainda mais afrontar a inteligência da coletividade piancoense. Afrontar especialmente a lucidez das pessoas determinadas a coibir esse deplorável e sombrio estado de coisas. Esse delito contra Piancó, consequente da inescrupulosidade dos que renitem em admitir que estejam certos no erro da dissimulação, e em não aceitar de forma alguma a crítica dos que lhes pareçam estar errados no acerto da contestação.

Ousar esconder que, em virtude de sua cega e obstinada submissão a Flávia e ao jogo de interesses, não esteja a bancada situacionista a transgredir seu compromisso e responsabilidade de representar com seriedade o povo de Piancó, seria tão extravagante quanto querer negar a evidência da luz.
E ninguém melhor do que o presidente Antônio Leite tem consciência de tudo isso. Consciência que bem pode levá-lo a uma crise de consciência...

É irretorquível que a prefeita Flávia Galdino, tendo a seu mando a direção de nosso Legislativo, vem impondo aos membros de sua bancada o tolhimento da ação parlamentar da bancada oposicionista. E tem sido exatamente o presidente Antônio Leite o eixo dessa imposição de Flávia a seus obedientes subordinados.

Antônio Leite realmente bem pode vir a ter uma crise de consciência, porque ele sabe quanto lhe pode custar (principalmente à sua projeção política e à imagem de sua família) ficar, tal qual uma marionete, sem autonomia alguma, refém de transitórios favorecimentos, meramente à mercê da manipulação de Flávia.
Antônio sabe que essa sua atitude de submissão subverte frontalmente sua identidade de vereador eleito para representar o povo de Piancó e pugnar pelo bem comum do Município, independentemente de qualquer interesse político-partidário.

E bem que Antônio Leite já foi admoestado e aconselhado pelo vereador Pádua (e demais membros da bancada parlamentar oposicionista) a cumprir escrupulosamente seu papel de presidente da Câmara, sem o jugo da prefeita Flávia. Aliás, independentemente de política, todos os integrantes da bancada oposicionista estimam e admiram Antônio Leite, e, verdade seja dita, deprimem-se por ver as potencialidades políticas de Antônio Leite aprisionadas pelo controle e domínio de Flávia.

Mas Antônio persiste fiel e obediente (dizendo melhor, cegamente fiel e obediente) a Flávia. Dizem alguns que é por causa de cargos por ela concedidos a familiares dele; afirmam outros que Antônio tem de fazer o que Flávia quer porque foi graças a ela que ele se elegeu vereador; atribuem outros a obediência irrestrita de Antônio Leite a Flávia em virtude de seu vínculo partidário com ela.

Seja, contudo, como for, importa considerar que, por ser Antônio Leite correligionário de Flávia, não implica ter ele de avassalar-se a ela, seguindo-lhe, a torto e a direito, todas as ordens e caprichos. E, pior: transformando a Câmara num instrumento de malversação de Flávia. Quem tiver o descaramento de negar isso é nojentamente um canalha.

Passou o tempo, em Piancó, em que prefeitos conservadores e entranhados no fisiologismo se valiam (sem contestação por parte de ninguém) de sua maioria de vereadores na Câmara para assenhorearem-se totalmente do Executivo e do Legislativo, como suporte para sua dominação política.

Mas Flávia ainda persiste teimosamente nessa condenável prática política, sustendo-se no fisiologismo e clientelismo de seu governo, e não admitindo contestação a tal procedimento.

Mas os tempos mudaram, como tudo muda nesta vida, e surgiram (embora bem poucos) os que não admitem o conservadorismo e autoritarismo governamental de Flávia, tanto porque ela ainda não dispõe de uma escritura de posse de Piancó, passada em cartório, como patrimônio exclusivo seu.
Ela pode até deter o domínio e a subjugação de traidores de Piancó, mas (subordinada à sua obrigação de prestar contas de seus atos administrativos à população) tem forçosamente (gostando ou não) de suportar a contradição dos defensores da moralidade pública de Piancó...

Não só para tornar mais clara a transparência pública de Flávia e de sua bancada parlamentar, mas também para justificar o ardoroso empenho, naquela supracitada sessão, para manter Antônio Leite na Presidência da Câmara, seria conveniente, a bem da verdade, que Flávia e sua bancada provassem à população o contrário disto que afirmou o vereador Pádua:

“Por que afastar Antônio Leite ?
Muitas pessoas têm me questionado sobre os reais motivos do afastamento do vereador Antônio Leite. (...)
A bem da verdade, o que a Bancada Parlamentar da Oposição está fazendo é não deixar que a Câmara Municipal de Piancó esteja a serviço do Poder Executivo, eis que a prefeita Flávia Galdino insiste em boicotar o regular funcionamento daquela Casa Legislativa, utilizando-se das ações ou omissões do presidente daquela Casa, Antônio Leite, (...)

A Representação, proposta por mim contra o presidente daquela Câmara Municipal, denuncia a prática dos crimes de responsabilidade, improbidade administrativa, prevaricação e conduta incompatível com o decoro parlamentar perpetrados pelo presidente Antônio Leite, entre os quais destacamos:

1) Esvaziamento das Sessões: quando a prefeita Flávia Galdino tinha maioria na Câmara, ela orientava a sua bancada a não comparecer às sessões para votar projetos de lei de interesse da população. O presidente Antônio Leite, que não poderia faltar por ser presidente da Casa e ser obrigado a abrir os trabalhos parlamentares, que completava o quórum para deliberação simplesmente não aparecia. (...)

2) Processo das Contas rejeitadas da prefeita Flávia Galdino/2005: o Tribunal de Contas do Estado rejeitou a prestação de contas da prefeita Flávia Serra Galdino, referente ao ano de 2005. Esgotado o prazo para recurso, o TCE remeteu os 19 volumes do referido processo para a Câmara Municipal de Piancó deliberar sobre a rejeição. A prefeita precisaria de 2/3 dos vereadores para derrubar a decisão do TCE. Não conseguiu. O presidente, Antônio Leite, deveria remeter desde o dia 06 de junho de 2009, o processo ao Ministério Público Estadual para processar judicialmente a prefeita Flávia Galdino pelos desmandos administrativos que deram causa à rejeição de suas contas. Não o fez. Preferiu ele, presidente, arquivar os 19 volumes da prestação de contas.

3) Publicação de Leis Aprovadas pela Câmara: o vereador Pádua Leite (PT) apresentou o Projeto-de-Lei nº 009/2009, que obriga o poder público a convocar os aprovados em concurso público. O referido projeto foi aprovado por 2/3 dos vereadores. Não vetado pela prefeita nem sacionado, o referido projeto-de-lei deveria ser promulgado e publicado pelo presidente da Câmara para se transformar em lei. O que fez o presidente? Simplesmente arquivou o projeto-de-lei.

4) Repasses do Duodécimos: A prefeita de Piancó é obrigada a repassar à Câmara Municipal, todo dia 20 de cada mês, o duodécimo, que representa a importância de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais). Tendo o vereador Antônio Leite, a prefeita não repassa o valor total e quase sempre faz o repasse depois do dia 20, causando transtorno ao funcionamento da Câmara Municipal. O presidente, Antônio Leite, deveria, na condição de representante legal da Câmara Municipal, tomar as providências jurídicas para defender os interesses da Casa. O que ele faz. Simplesmente se omite e deixa a prefeita fazer o que bem quiser.

Vale salientar, que o próprio presidente da Câmara Municipal não esconde a sua subserviência à prefeita Flávia Galdino quando já disse em público que "tocaria fogo na Câmara se a prefeita mandasse.". Agora, está sendo processado criminalmente pelos inúmeros crimes praticados para atender os interesses da administração corrupta da prefeita Flávia Galdino.”

É lamentável, extremamente lamentável, sim, para a política piancoense a submissão de Antônio Leite a Flávia, em detrimento da projeção política dele.

Por que então é lamentável? Porque Antônio Leite dispõe de pelo menos dois requisitos politicamente significativos, que poderão levá-lo a uma posição mais autônoma e autêntica na esfera pública: a expressão verbal fluente e o tino político.

Quem detém esses dois predicados só se subordina politicamente a alguém se quiser. Bem ao revés disso, quem é dotado dessas qualidades impõe-se politicamente como líder, como ícone, como símbolo. Basta querer, e saber conquistar a população. Basta saber arrastar as massas. E qual o instrumento mais eficaz para arrastar as massas? A PALAVRA!...

E aqui cabe uma segunda asseveração: quem tem expressão verbal fluente, tino político e é capaz de arrastar as massas não se subordina politicamente a ninguém... E pode tornar-se um líder, um ícone, um símbolo político... Piancó tem um exemplo imortal disso: PADRE ARISTIDES FERREIRA DA CRUZ!... Foi exatamente pela sua expressão verbal fluente, tino político e capacidade de arrastar as massas que ele derrubou uma oligarquia praticamente imbatível, e tornou-se um líder, um ícone, um símbolo político em Piancó...

Tino político e submissão política de Antônio Leite. Qual dos dois lhe será mais promissor e a Piancó? O futuro há de dizer.

Recrudescerão, na Câmara, ou em outros lugares, apitaços e tumultos como aqueles do dia sete deste mês? A quem estiver convicto da degeneração política de Piancó talvez não seja preciso o futuro dizer...

Um comentário:

Anônimo disse...

Piancó precisa de uma verdadeira chuva política que vai transformar essa estiagem em plena frutificação.

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