Arrastando-se morosamente, há já seis anos, após sua definição em 2004 pelo Projeto Cooperar, o Projeto Turístico Trilha da Coluna Prestes na Paraíba, por mim concebido, em Piancó, foi ao encontro de uma personalidade sentimentalmente ligada a ele: LUÍS CARLOS PRESTES FILHO.
O Maior Projeto Turístico da Paraíba – assim conceituado pelo que bem se pode inferir de sua amplitude e potencialidades – felizmente se aproximou do filho de Luís Carlos Prestes. Mais um auspicioso passo adiante decerto foi dado para o prosseguimento dessa iniciativa que tanto pode contribuir para o desenvolvimento do Sertão Paraibano.
Convidado pelo SEBRAE-PB – que promoveu, de 2 a 4 deste mês, o 1° Seminário Nordeste de Turismo Rural (com o tema central “Turismo Rural do Nordeste no horizonte de 2014 – uma rede de oportunidades”), a 6ª Feira Regional de Turismo Rural – Ruraltur e a 6ª Rodada de Negócios da Paraíba, no Hotel Tambaú, em João Pessoa –, Prestes Filho compareceu à capital paraibana para ministrar uma palestra, no último dia daquele seminário, sobre cultura como fator de desenvolvimento econômico.
O filho do Cavaleiro da Esperança fundamentou suas explanações nos Arranjos Produtivos Locais de Entretenimento e Cultura desenvolvidos nos distritos da Serra de Nova Friburgo (Mury, Lumiar e São Pedro da Serra Redonda) e no pequeno distrito de Conservatória (tido como a Capital Mundial das Serestas e das Serenatas) em Valença, no Rio de Janeiro. Enfatizando as experiências turísticas bem sucedidas daqueles distritos fluminenses, Prestes Filho, que se vem destacando nacionalmente pelas suas ações como vice-presidente da Associação Brasileira de Gestão Cultural, encorajou os municípios paraibanos a seguir-lhes o exemplo, mediante criatividade e comunhão de esforços.
Eloquentemente, e demonstrando admirável compenetração cultural, Prestes Filho salientou a romântica e irresistível magia de Conservatória, peculiaridade que torna tão atraente e notável aquela fascinante localidade, e que tanto contribui para a sustentabilidade de seu desenvolvimento econômico e humano.
Ele também participou de uma mesa redonda (igualmente promovida pelo SEBRAE-PB) sobre o Projeto Turístico Trilha da Coluna Prestes na Paraíba. A ela comparecemos – do município de Piancó – eu, José Rodrigues Filho (presidente da SOS Rio Piancó) e Francileudo Pocinho (empresário e ativista do Movimento Pró-UEPB Piancó), e – do município de Pedra Branca – Francisco Teotônio de Souza (autor do importante livro Piancó – O Pequeno Grande Rio).
Projeto Turístico Trilha da Coluna Prestes na Paraíba
Regina Amorim, gestora de Turismo do SEBRAE-PB, destacou o êxito dos mencionados eventos turísticos realizados pelo SEBRAE na Semana da Pátria em João Pessoa. Aludiu também ao 1º Salão Classe A de Turismo, de 3 a 5 deste mês, na Estação Ciência Cabo Branco, promovido pela Classe A Operadora, e chamou a atenção para as inúmeras potencialidades do turismo rural paraibano, de expressiva importância ambiental, cultural e econômica.
Graça Feliciano, consultora do SEBRAE, expôs a essência do Projeto Turístico Trilha da Coluna Prestes na Paraíba, e incumbiu o professor e escritor Francisco de Assis Melo (autor do cativante livro Moleques do Palma), de exibir os dados fundamentais do levantamento topológico do dito projeto (por ele realizado, de par comigo, com o técnico agrícola Francisco Pacheco e com o motorista Antônio Francisco, em 2004).
Quanto a mim, instigado pela indignação de ver, ao longo de seis anos, o Projeto Turístico Trilha da Coluna Prestes na Paraíba relegado à estúpida indiferença de vários gestores públicos descomprometidos com iniciativas promissoras para a população, tive de referir-me a ele contundentemente.
Vociferando, exprimi a necessidade de as comunidades da Zona da Passagem da Coluna Prestes na Paraíba unirem-se, autonomamente, no aproveitamento das potencialidades turísticas dessa área, e concitei Prestes Filho a contribuir para isso. Reiterei meu empenho e esforço em favor da materialização desse projeto, que constitui, sem dúvida, um espaço de libertação econômica, social e cultural, especialmente para a pobreza rural sertaneja.
Sônia Germano, a magnânima paladina do Projeto Turístico Trilha da Coluna Prestes na Paraíba, discorreu sobre as razões que a levaram a integrá-lo ao Projeto Cooperar como uma perspectiva de redução da pobreza das comunidades rurais.
José Rodrigues Filho, ferrenho defensor da denominação da Bacia Hidrográfica Piancó-Açu (em vez de Prianhas-Açu), salientou a influência do Rio Piancó no Sertão Paraibano e a necessidade de conscientização ambiental nessa área.
Francileudo Pocinhos, que se vem notabilizando pelo seu empenho em favor de um campus universitário para Piancó (ele é ativista do Movimento Pró-UEPB Piancó) criticou a manipulação política do Vale do Piancó e o absurdo de essa região ainda não dispor de ensino universitário e estar abandonada pelos governantes.
O desembargador Coriolano Dias de Sá explanou aspectos de seu esclarecedor livro Roteiro da Coluna Prestes, no qual dá novos matizes narrativos àquela marcha memorável, particularmente em sua passagem pelo Sertão Paraibano e por Piancó.
A pedido da consultora Graça Feliciano, o desembargador encarregou-se de, auxiliado por mim, dar prosseguimento às ações instituidoras do Projeto Turístico Trilha da Coluna Prestes na Paraíba, o que já ocorrerá na próxima sessão do Fórum de Turismo do Vale das Águas, no Sertão.
Francisco Teotônio de Souza (cujo precioso livro Piancó – O Pequeno Grande Rio é inestimável para o levantamento das potencialidades turísticas da Bacia Hidrográfica Piancó-Açu) recomendou a exigência de plena comprovação dos fatos históricos relacionados ao Projeto Turístico Trilha da Coluna Prestes na Paraíba.
Prestes Filho defendeu uma nova mentalidade de desenvolvimento inspirada na compreensão mútua e no amor. Explanou considerações importantes para Arranjos Produtivos Locais favoráveis à instituição do Projeto Turístico Trilha da Coluna Prestes na Paraíba, e sugeriu que se criasse a Rodovia da Coluna Prestes na zona de abrangência desse projeto, ao qual empenhou sua plena solidariedade.
Enternecido, recordou haver certa vez estado em Piancó, em casa de Dona Juanita Ferreira da Cruz, filha do Padre Aristides (sacrificado pela Coluna Prestes), a qual o recebera com terna afetividade, e rememorou o café com bolo que ela tão gentilmente lhe servira. A meiguice daquele gesto do café com bolo de Dona Juanita transbordou claramente na emoção de Prestes Filho, ao sugerir que as iniciativas dos que estão envolvidos no Projeto Turístico Trilha da Coluna Prestes na Paraíba se fundamentem na compreensão mútua e no amor.
Renasce a esperança
Mercê do empenho de Sônia Germano, Graça Feliciano, Zezita Azevedo, Assis Melo, Fátima Domiciano, SEBRAE-PB, Projeto Cooperar, e de outras personalidades e entidades, o Projeto Turístico Trilha da Coluna Prestes na Paraíba volta à tona. Ressurge. Reaparece. Revivifica-se.
Projeto de amplas dimensões, de muitas complexidades e desafios, mas o Maior Projeto Turístico da Paraíba. E isso, por si só, basta para torná-lo intensamente fascinante, atraente, auspicioso... para valer a pena lutar por ele...
Nunca, talvez, na história econômica da Paraíba, tenha surgido algo de tão favorável para os pobres: o Turismo Solidário e Comunitário da Zona da Passagem da Coluna Prestes no Sertão Paraibano.
Voltarei a percorrer essa zona, por onde, em 2004, anunciei o despontar do Maior Projeto Turístico da Paraíba, que a Providência me permitiu conceber...
De Uiraúna a Princesa Isabel, testemunhei a secular degradação e pobreza da maior parte das comunidades rurais dessa acolhedora área, tão promissora para as mais diversas modalidades de turismo, e, ao mesmo tempo, tão indiferente a essa ímpar perspectiva de desenvolvimento.
Presenciei a dolorosa desolação provocada pelo êxodo rural. Vi profunda amargura no semblante triste de mães desfavorecidas. Desditosas mães, solitárias e saudosas dos filhos, que, por falta de oportunidades de sobrevivência digna no torrão natal, tiveram forçosamente de buscar outras terras, onde pudessem tentar a vida.
Não vi, por onde passei, indício algum de iniciativas de economia solidária capazes de mudar esse degradante quadro da pobreza rural. Há nas comunidades rurais dessa região uma espécie de apatia ao progresso. Parecem indiferentes à evolução financeira. Como que padecem de um conformismo crônico, submissas, manipuladas, alienadas.
Precisam urgentemente de comunhão de prosperidade, de emancipação econômica e intelectual. E o meio mais seguro para obterem isso será a Rede de Turismo Solidário e Comunitário da Zona da Passagem da Coluna Prestes na Paraíba.
Irei integrar-me a elas na luta por essa conquista!...