“VOU DIZER AOS DESAVISADOS: A PARTIR DE HOJE, CORRUPÇÃO AQUI ACABA!” bradou, incidentemente, o vereador Antônio de Pádua Pereira Leite, do PT, em seu discurso de posse, dia primeiro de janeiro do ano passado, no Plenário da Câmara Municipal de Piancó.
O impacto de tão inusitada e surpreendente frase, em ambiente tão tradicionalmente habituado ao servilismo político, reboou como um trovão, atordoando os ouvidos dos atônitos presentes àquela cerimônia de posse. Na Galeria da Câmara, muitos se entreolharam, e vários aplausos irromperam. No Plenário, os vereadores da situação mantiveram-se calados, indiferentes. Os vereadores da oposição aplaudiram Pádua, em uníssono com os manifestantes da Galeria. O presidente da Mesa Diretora da Câmara, em visível sinal de desconcerto, provocado pela combativa expressão de Pádua, pediu ordem no recinto.
Entre eles, cercada de atenções – muito distintamente por seus fiéis seguidores - estava a prefeita Flávia Galdino, que, pronunciando-se bem ao sabor de sua persuasão retórica, desdenhou da advertência de Pádua.
Inegavelmente aquela contundente expressão era inquietante, ainda mais vinda de Antônio de Pádua, autointitulado “o vereador de Lula”, e já notoriamente tido como “o terror dos corruptos”.
Evidenciava-se naquele instante um prenúncio de ruptura no conservador procedimento parlamentar piancoense, por tanto tempo centrado no jogo de interesses dos governantes, na bajulação subserviente, no cinismo desmedido. Nunca, em toda a sua história, aquela casa legislativa ouvira nada igual, de tão combativo, de tão assertivo, de tão desafiador...
E Pádua, ao abominar a infame iniquidade da corrupção e malversação pública de Piancó em detrimento dos pobres e desfavorecidos, chorou!... Chorou, com a voz embargada pela indignação, como se suas lágrimas se confundissem com as de tantos infelizes controlados por inescrupulosos detentores do poder, que, no desprezível exercício da opressão, submetem e calam os desprovidos de dignidade.
Nove anos adentro do Terceiro Milênio, no alvorecer da Era do Conhecimento, em que sobressai o novo paradigma da Governança com responsabilidade fiscal e desenvolvimento sustentado, fundamentados na ética e na transparência pública, Piancó, vergonhosamente - muito vergonhosamente - dá repulsivo exemplo de improbidade. O Piancó tão já entrado em anos, por seus quase três séculos de existência, manifesta, despudoradamente, manipulação e irresponsabilidade social, que tanto lhe maculam a honra, o nome, a imagem, pelos motivos que levaram o vereador Pádua a proferir aquela tão insurgente e determinada frase. Um libelo para a História!...
Mas Pádua iria encontrar obstáculos inúmeros para pôr em prática sua ação parlamentar fiscalizadora. Seu intento de moralizar a Administração Pública de Piancó iria custar-lhe embaraços de toda a sorte.
Quem quer que pretenda comprovar o que tem passado Pádua nesse aspecto, basta adentrar-se pelo site Pádua Leite.com, e verá quanto a esse solitário vereador petista tem custado pelejar contra a corrupção pública nesse indolente e acovardado Piancó (seria mais covardia ainda esconder isso).
Lamentavelmente vencido, Piancó persiste na passividade da subjugação política, estagnado, sem um projeto de desenvolvimento, sem um projeto de vida. Estupidamente corrompido, Piancó privilegia muitos que, uma vez satisfeitos seus interesses, nada fazem em prol da coletividade, do Município, do bem comum. Nojenta manifestação de engodo, de maquinação, de mentira...
Muitos são os fatos que induzem a uma reflexão séria sobre a sorte de Piancó, acorrentado a tão vil malversação política. E, principalmente, os formadores de opinião sérios (agradeço a Deus estar entre eles!) têm obrigação moral de tal reflexão.
Os que comentam nosso frustrante e medíocre quadro político devem trazer à discussão a influência – tanto positiva quanto negativa - de pessoas cujas atitudes e procedimentos possam refletir-se no nosso avanço ou no nosso retrocesso.
Em minha última matéria, MIOPIA PERCEPTIVA DOS MAUS ENTENDEDORES DA POLÍTICA DE PIANCÓ, neste blog, eu disse:
“Concisão, entendimento, compreensão são alguns de outros tantos conceitos que me forçam a voltar (em minha próxima matéria neste blog) a Flávia Galdino, a Remígio Júnior, às expressões “Guerreira”, “Anita Garibaldi”, “Joana d´Arc” e “Maeinha”... e a outras coisas mais... que, decerto, me levarão encadeadamente a mais coisas... “
Não me foi possível voltar a Flávia e a Remígio Júnior agora, porque as considerações acima sobre Pádua se fizeram necessárias exatamente para que, em minha próxima matéria, eu volte a Flávia, a Remígio Júnior e a Pádua, sem dúvida alguma as três personalidades que ora mais despertam expectativas na política e na opinião pública deste tão usurpado e espezinhado Piancó...